Ainda faltam três meses para o Verão...mas a Primavera já aí está.

 

E para celebrar a sua chegada,  proponho a audição de "A Sagração da Primavera" de Igor Stravinsky (1882-1971), considerada um marco histórico por marcar o início do modernismo.

Trata-se de um bailado em dois actos que conta  a história de uma jovem que foi  sacrificada como oferenda ao Deus da Primavera, para a sua tribo ter uma boa colheita.

 

A "Sagração da Primavera"  trouxe muitas inovações em quase todos os aspectos musicais correntes na época : estrutura rítmica, orquestração, timbre, forma, harmonia, uso de dissonâncias, e particularmente uma valorização da percussão acima da harmonia e melodia como nunca tinha ocorrido antes.

 

Esta obra, como desafiava muitas das regras musicais aceites na época, provocou um dos maiores escândalos musicais da história, tendo a sua estreia sido marcada por uma enorme revolta e cenas violentas.

No dia 29 de Maio de 1913,  dia em que a obra estreou, metade da assistência do Teatro dos Champs-Élysées, em Paris, andou à briga com a outra metade, atiraram objectos aos músicos e aos dançarinos e depois a confusão alastrou às ruas de Paris.

Mas "apesar de tudo, continuámos a tocar…" como recorda o próprio Stravinsky nas suas memórias. Ainda acenderam as luzes da sala, mas nada acalmou a assistência que não gostou nem um bocadinho da música de Igor Stravinsky.

A obra não foi compreendia na época, mas a verdade é que se trata de uma obra prima, que iniciou uma nova era.

 

 


publicado por ProfZ às 16:45 |

 

A Orquestra Gulbenkian apresentou este mês  uma obra de Igor Stravinsky (1882-1971),  "A História do Soldado" de 1918. Trata-se de um Teatro musical que integra a música, a narração e a dança. 

Stravinsky utiliza um narrador, uma bailarina e  apenas dois instrumentos por naipe: violino e contrabaixo das cordas, clarinete e fagote das madeiras, trompete e trombone dos metais e percussão,  um pouco como uma pequena orquestra de jazz. Foi nessa época que o jazz começou a popularizar-se. A tensão dos ritmos de jazz inspirou o compositor e manifesta-se no grande dinamismo dos tempos e contratempos que marcam de forma inconfundível a sua obra.

Com estes condimentos, a História do Soldado é uma das obras mais irónicas de Igor Stravinsky. O compositor descreveu os azares da Rússia, em guerra na altura, em que os sons dum violino ou dum tambor não representam apenas música. Podem também simbolizar uma gargalhada, ou uma guerra, com o diabo a trocar as voltas ao soldado. Os instrumentos acabam por assumir as personagens da própria história e o violino é a alma de toda música.

A "História do soldado" conta a história de um soldado que vende a alma ao diabo, sem se aperceber disso, a troco de promessas de riqueza e poder...

Esta obra faz-nos pensar... que  quando tudo parece correr mal na nossa vida ... pode ser o diabo a tecê-las...

 

O vídeo apresenta um excerto desta obra de Stravinsky.

 

publicado por ProfZ às 09:08 |

"A música está em tudo.

Do mundo sai um hino."

(Victor Hugo)

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