A Orquestra Gulbenkian apresentou este mês uma obra de Igor Stravinsky (1882-1971), "A História do Soldado" de 1918. Trata-se de um Teatro musical que integra a música, a narração e a dança.
Stravinsky utiliza um narrador, uma bailarina e apenas dois instrumentos por naipe: violino e contrabaixo das cordas, clarinete e fagote das madeiras, trompete e trombone dos metais e percussão, um pouco como uma pequena orquestra de jazz. Foi nessa época que o jazz começou a popularizar-se. A tensão dos ritmos de jazz inspirou o compositor e manifesta-se no grande dinamismo dos tempos e contratempos que marcam de forma inconfundível a sua obra.
Com estes condimentos, a História do Soldado é uma das obras mais irónicas de Igor Stravinsky. O compositor descreveu os azares da Rússia, em guerra na altura, em que os sons dum violino ou dum tambor não representam apenas música. Podem também simbolizar uma gargalhada, ou uma guerra, com o diabo a trocar as voltas ao soldado. Os instrumentos acabam por assumir as personagens da própria história e o violino é a alma de toda música.
A "História do soldado" conta a história de um soldado que vende a alma ao diabo, sem se aperceber disso, a troco de promessas de riqueza e poder...
Esta obra faz-nos pensar... que quando tudo parece correr mal na nossa vida ... pode ser o diabo a tecê-las...
O vídeo apresenta um excerto desta obra de Stravinsky.